terça-feira, 22 de abril de 2008

O vazio, ou seria ao vazio?

É impressionante como ele me fascina mais que qualquer outra coisa. Ausência que no fim das contas é a única presença a qual se pode ter certeza. Pode parecer meio sem sentido a princípio, mas se paramos para analisar, vemos que o vazio está em tudo. O vazio habita os espaços entre as coisas, formando a maior parte das menores partículas já imaginadas pelo homem e também as que ainda serão. Talvez pensar assim faça rever o próprio sentido atribuído à palavra vazio, pois como um nada pode estar presente em tudo se na realidade esse nada não existe? Não existência. Qual a condição para uma coisa passar a existir? Se for mais fundo, posso também me perguntar como uma simples palavra pretende abarcar um significado tão amplo que eu, pessoalmente acho não ser possível explicar em 5 letras.
Como qualquer palavra pode explicar tudo? Eu posso falar sobre a mesma coisa de milhares de formas diferentes e mesmo assim estarei soltando vocábulos para tentar reproduzir algo que muitas vezes nem físico é. Qualquer pessoa poderá entender de uma maneira particular, aí disso vai depender meu tom de voz, o que estou vestindo, o vocabulário que eu uso, se conheço ou não essa pessoa, se ela brigou com o namorado, se acabou de ganhar um sobrinho ou se o ônibus atrasou 20 minutos e por isso ela não vai conseguir fazer a entrevista de emprego e voltará pra casa frustrada. No caminho ela encontrará um homem que lhe perguntará as horas e depois irá lhe consolar pelo seu celular que será roubado por um menino de mais ou menos uns 11 anos (na realidade ele terá 15, mas passou tanta fome e usou tanta droga que seu corpo se subdesenvolveu) na hora que ela tirar da bolsa para olhar que horas são. Depois de anos essa pessoa morrerá, mas não fará diferença para quase ninguém, se fizermos um cálculo que compare a quantidade de pessoas realmente próximas a ela (tiro desse número os vizinhos, porque eles normalmente são um saco) à proporção de seres humanos que habitam esse tal globo azul c achatamento nos pólos.
Não existiam os planetas, galáxias, não existiam doenças e nem existiam até um certo tempo pessoas que amamos ou odiamos, da mesma forma como não existimos para os que não conhecemos e com certeza nunca existiremos para os que nunca cruzarão conosco durante essa vida. Agora eu rio sozinho, por dentro. Porque me preocupar com isso?
Que idiota eu posso ser...

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