sexta-feira, 25 de abril de 2008

à sua vista...

Amar é fácil
Difícil é conviver com o amor
Difícil é não sufocá-lo aos poucos
E deixá-lo ser o que ele nasceu pra ser
Livre

Amar é fácil
Difícil é aplicar a teoria
Pois a sua fórmula é certa a medida que se segue a correnteza
E o cálculo sempre falha quando se adota um modelo fechado a seguir

Amar é fácil
Fácil como todas as grandes coisas que só se tornam simples após serem descobertas

Amar é fácil
Difícil é enxergarmos o caminho errado antes de tomá-lo
E só saber o que dizer quando é tarde demais

Amar é fácil
Desconcertantemente fácil que nos faz ficar perdidos
Difícil é não pecar por orgulho
E aceitar simplicidade

Amar é fácil
Difícil é deixar que o amor te leve
E aceitar que nessa estrada se deve andar de mãos dadas até o ponto onde encontraremos uma bifurcação
Amar é tão fácil que basta apenas compreender que quando esse dia chegar, só cabe a nós decidir qual caminho tomar...

Amar é fácil
Pode parece difícil

Mas só quando acaba é que podemos realmente entender e nos lamentar
Porque amar é fácil.



Clarice Lispector disse:"Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil"... não concordo com ela, mas sei que ela escrevia bem melhor do que escrevo.

terça-feira, 22 de abril de 2008

...

Se tudo acabasse e todos lhe virassem as costas eu continuaria aqui. Por você!
Queria não pensar assim, de uma forma tão drástica, mas arianos são, necessariamente, animais dramáticos. Queria que entendesse que esse drama todo é só pra chamar atenção, mas que não tem nada a ver com o resto do mundo.
Oh, por favor! Não me diga que eu quero chamar as atenções de todos pra mim. Será que é tão difícil entender o que eu quero? Porque você não pode simplesmente ler a minha mente?
Mundo? Que se foda o mundo! Sim, não me importo com ele.Se tento fazer com que todos os olhos me notem é na esperança de que entre eles estejam os seus. Como disse, não quero o mundo, não preciso dele. Preciso de muito? Sim, preciso! Mas isso que chamo muito é você...

que pode não ser muito para os outros...
que pode passar despercebido...
que pode não ser muito nem mesmo pra você...
É fácil não ligar para o que os outros falam ou pensam. Difícil, e aí você vai realmente sentir o peso dessa palavra, é dizer "foda-se" para os que você ama. Se você se acha indigno, pequeno. Se pensa que é insignificante demais para merecer a felicidade e prefere não esperar um final feliz e viver uma meia vida com medo de se machucar mais do que já se machucou... bem só tenho uma coisa a te dizer: FODA-SE, PORQUE EU TE AMO!
Sei que mais uma vez isso soa dramático...mas eu sei que no fundo, você também precisa de drama pra sobreviver.

Boa noite, querido! Durma bem, mesmo sem mim!



O vazio, ou seria ao vazio?

É impressionante como ele me fascina mais que qualquer outra coisa. Ausência que no fim das contas é a única presença a qual se pode ter certeza. Pode parecer meio sem sentido a princípio, mas se paramos para analisar, vemos que o vazio está em tudo. O vazio habita os espaços entre as coisas, formando a maior parte das menores partículas já imaginadas pelo homem e também as que ainda serão. Talvez pensar assim faça rever o próprio sentido atribuído à palavra vazio, pois como um nada pode estar presente em tudo se na realidade esse nada não existe? Não existência. Qual a condição para uma coisa passar a existir? Se for mais fundo, posso também me perguntar como uma simples palavra pretende abarcar um significado tão amplo que eu, pessoalmente acho não ser possível explicar em 5 letras.
Como qualquer palavra pode explicar tudo? Eu posso falar sobre a mesma coisa de milhares de formas diferentes e mesmo assim estarei soltando vocábulos para tentar reproduzir algo que muitas vezes nem físico é. Qualquer pessoa poderá entender de uma maneira particular, aí disso vai depender meu tom de voz, o que estou vestindo, o vocabulário que eu uso, se conheço ou não essa pessoa, se ela brigou com o namorado, se acabou de ganhar um sobrinho ou se o ônibus atrasou 20 minutos e por isso ela não vai conseguir fazer a entrevista de emprego e voltará pra casa frustrada. No caminho ela encontrará um homem que lhe perguntará as horas e depois irá lhe consolar pelo seu celular que será roubado por um menino de mais ou menos uns 11 anos (na realidade ele terá 15, mas passou tanta fome e usou tanta droga que seu corpo se subdesenvolveu) na hora que ela tirar da bolsa para olhar que horas são. Depois de anos essa pessoa morrerá, mas não fará diferença para quase ninguém, se fizermos um cálculo que compare a quantidade de pessoas realmente próximas a ela (tiro desse número os vizinhos, porque eles normalmente são um saco) à proporção de seres humanos que habitam esse tal globo azul c achatamento nos pólos.
Não existiam os planetas, galáxias, não existiam doenças e nem existiam até um certo tempo pessoas que amamos ou odiamos, da mesma forma como não existimos para os que não conhecemos e com certeza nunca existiremos para os que nunca cruzarão conosco durante essa vida. Agora eu rio sozinho, por dentro. Porque me preocupar com isso?
Que idiota eu posso ser...

domingo, 20 de abril de 2008

Pegue o lápis mais colorido que tiver e risque uma porta no chão. Não tem de ser necessariamente uma porta, só precisa ser uma abertura grande o bastante pra te deixar passar.
Eu vou estar sentado na sala da Casa das Dúvidas e sei que você conhece bem a entrada...
Sempre achei que já havia me acostumado a esse lugar. Deve ser a mágica do tempo, mas ví você cruzar a mesma porta e olhar os cômodos novos. E era como se através de você o cheiro de madeira voltasse a ser fresco e o que era desbotado sorrisse timidamente, mostrando um resquício luminoso de cor.
Então você respirou fundo e fingiu coragem, enquanto eu quis dizer para não ter medo de estar assustado... é normal.
A casa é grande e tem muitos cômodos.
É tão grande que quando se chega nela pela primeira vez pensa-se que ela não tem fim. Mas o número de salões, embora secreto, é exato, finito. Nela o infinito mora em seus detalhes mínimos. O fato de deixarmos alguns passarem despercebidos é o que os torna eternos.
O novo, aqui, surge das coisas antigas que nunca foram notadas, mas que mesmo assim sempre te esperam com um sorriso. Pode até ser que muitas sejam familiares a mim, mas pra você elas se mostrarão novas, vaidosas que são, aos seus olhos.
Uma casa de velhas lembranças talvez seja um lugar de encontro onde todos as nossas partes - acreditando aqui que a cada momento deixamos de ser quem somos e nos tonamos algo novo- que a muito julgamos esquecidas pelo tempo, resolvem vir e visitar umas às outras para verificar as fundações que se estabelecem a partir da simples possibilidade de tudo que ainda se pode construir...





Para T., do meu eu passado e também do meu eu presente, que se torna passado a medida que escrevo, na esperança de que seja também válido para o meu eu futuro.